segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

OS POEMAS QUE NUNCA ESCREVI




OS POEMAS QUE NUNCA ESCREVI


Existem poemas que nunca pude escrever.
Por vergonha de mim mesmo,
nunca os pude escrever.

Pois revelariam as minhas
 mais íntimas fraquezas,
os mais absurdos contra-sensos.
De alguém que já sofreu por dentro.

Seriam poemas melancólicos,
e falariam de uma luta interior,
de alguém  que a qualquer custo,
quer ser fiel ao seu Senhor.

Seriam poemas de lamentação,
pelo triste  estado da “carne”
que teima em guerrear contra
o forte espírito, cheio da graça.

Mas estes poemas que
nunca pude escrever,
Deus os leu a todos  no livro
que imprimi no coração.

Livro das minhas mais
íntimas confissões.
Livro dos meus ardentes
pedidos de auxílio.

Sim, Deus já os  leu,
os leu as todos, e senti
que quando leu, compreendeu,
me deu a mão, me socorreu.

Disse-me:
“Filho continue, breve tudo terminará.”



Os poemas que nunca escrevi,
são as paixões que não puderam reinar,
são as agonias da solidão
que teimavam em martirizar.

Os poemas que nunca escrevi
são as dores que não pude revelar,
são as lágrimas, que escondido
cansei de derramar.

Os poemas que nunca escrevi,
Deus a todos, leu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.