OS POEMAS QUE
NUNCA ESCREVI
Existem poemas que nunca
pude escrever.
Por vergonha de mim mesmo,
nunca os pude escrever.
Pois revelariam as minhas
mais íntimas fraquezas,
os mais absurdos
contra-sensos.
De alguém que já sofreu por
dentro.
Seriam poemas melancólicos,
e falariam de uma luta
interior,
de alguém que a qualquer custo,
quer ser fiel ao seu Senhor.
Seriam poemas de lamentação,
pelo triste estado da “carne”
que teima em guerrear contra
o forte espírito, cheio da
graça.
Mas estes poemas que
nunca pude escrever,
Deus os leu a todos no livro
que imprimi no coração.
Livro das minhas mais
íntimas confissões.
Livro dos meus ardentes
pedidos de auxílio.
Sim, Deus já os leu,
os leu as todos, e senti
que quando leu, compreendeu,
me deu a mão, me socorreu.
Disse-me:
“Filho continue, breve tudo
terminará.”
Os poemas que nunca escrevi,
são as paixões que não
puderam reinar,
são as agonias da solidão
que teimavam em martirizar.
Os poemas que nunca escrevi
são as dores que não pude
revelar,
são as lágrimas, que
escondido
cansei de derramar.
Os poemas que nunca escrevi,
Deus a todos, leu.
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