sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O TUDO DO NADA




O TUDO DO NADA
Por: William Vicente Borges

Permita-me ser nada
e ser tudo ao mesmo tempo.
Permita-me ser correto
e errar de vez em quando.
Afinal, não sou humano?

Permita-me gritar como louco,
e ser silencioso como o pensador.
Permita-me mergulhar na lama,
e me lavar na cachoeira límpida.
Afinal não sou gente?

Permita-me amar por inteiro
e dar todos os orgasmos possíveis.
Permita-me ousar nas palavras
e ser doce ao mesmo tempo.
Afinal não sou de carne?

Permita-me correr pelos bosques, nu,
e pular naquele ribeirão entre as árvores.
Permita-me ser criança mais uma vez,
antes que a morte me chame de vez.
Afinal não sou deste mundo?

Permita ser este ser poético que
respira a vida e ama intenso.
Permita ser este ser misterioso,
Que ninguém entende.
E que as vezes até transcende.
Afinal, não sou alma?

Mesmo aqueles que saíram
De minhas entranhas não me veem.
Sou o que sou,
O tudo de um nada existente.
Ou um nada de um tudo que respira.
Afinal não nasci um dia?

Permita-me ser:
                       Essa criança que eu teimo em ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.