sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O BARQUINHO

O BARQUINHO
Por: William Vicente Borges

Entrei no barquinho,
Saí a navegar.
Nunca fui bom em remar
mas sei que precisava
chegar em algum lugar.

Meu barquinho frágil,
rompia as ondas,
como quem derruba muros.
Meus braços sentiam
as dores do esforço.

Veio a fome e eu rompi.
Veio a sede e eu rompi.
Veio a solidão e eu rompi.
Veio a escuridão e eu rompi.
Veio o desânimo e eu rompi.

Quando imaginei estar chegando.
Descobri que ainda estava partindo.
Então, todas as dores, comecei a sentir.
Meu barquinho sem forças, parou.
A deriva segui. Sem força, sem rumo.

Veio a fome e eu senti.
Veio a sede e eu senti.
Veio a solidão e eu senti ,
Veio a escuridão e eu senti.
Veio o desânimo e eu senti.

Meu barquinho!
Meu barquinho!
Se a tempestade chegar,
não me jogue ao mar.
Ainda quero continuar.

Chegar onde minha
alma cansada repousará.
Aonde o jardim se chama paraíso.
Aonde as árvores dão fruto e sombra.
Lugar de paz duradoura.

Entrei no barquinho,
Saí a navegar.
Perdi os remos, não tenho leme.
Mas ainda quero chegar.


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