FOLHAS DE FIGUEIRA
Por: William Vicente Borges
Você colocou a folha da figueira
Escondeu a vergonha
Pois seu verdadeiro “eu” apareceu.
Ninguém notou.
Mas você viu. Viu-se.
Correu. De quem?
Quando a máscara cai
Há de cobrir o que parece pior.
Mas o pior não se esconde
Não há como correr de si mesmo.
Folha de figueira, seca.
Cai!
Mas você fica
Seu mau continua
Sua vergonha o açoita sem dó
De fazer doer.
Você virou propriedade da culpa
Que culpa realmente é.
Não se esconda.
Encare-se no espelho e decida
Ousar mudar.
Não fuja, busca.
Não é vergonha querer perdão
Reconhecer o erro
E voltar para o jardim
Para dele cuidar e desfrutar.
Recomeçar é sempre possível.
Sem folhas de figueira
Sem vergonha nenhuma
De ser perdoado
De ser renascido
Deus faz isso para quem
Reconhece e não esconde.
Você colocou a folha da figueira
Mas ela não precisa ser
sua vestimenta definitiva
Pois na cruz Jesus se desnudou
Para te vestir de perdão.
E perdão eterno.
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Inverno de 2012