O ERRO DE NÃO SER UM
Por: William Vicente Borges
Quem ama diz adeus ao colóquio do egocentrismo.
Torna-se com o outro que ama um.
E pensa como um.
E vive como um.
E respeita como um.
E pensa mais no bem comum.
E então os desejos são os de um
Que em comum se satisfazem
Por que a felicidade está em que
No todo o outro seja feliz.
Afinal um é mais que tudo.
Um é a soma ideal do amor.
Quem ama diz adeus ao seu velho eu.
Para viver um novo um de um jeito novo.
Aonde os interesses se confundem.
Aonde os espaços são alargados
Para o bem da unidade perfeita
Pois a harmonia se faz no conjunto
Dos interesses orquestrados pelo sonido
Quente da compatibilização das fusões.
Mas há quem ache que não é possível ser um.
E o erro de não ser um transparece:
Nos diálogos infindos sobre quem tem
A famigerada razão sobre o “nada tudo”.
Nas beligerantes e infadantes noites sem os
Sons e os suores dos delitos da paixão.
Nos indiscretos retornos aos mausoléus
Dos fatos e desconfianças pútridos.
Mas quem sabe o que é ser um se permite
Perdoar os sofismas da alma imperfeita.
Tem o humor afiado com a lâmina da compreensão.
Carrega sobre si o fardo do tempo sem se preocupar
Com o que revela o espelho ou a nudez sem compaixão.
Entende mais que tudo que a vida deve ser compartilhada
E se a história não lhe trouxer os lauréis, e daí?
Pois sabe bem que a vitória de um é a de ambos.
E entendeu bem o significado de:
“Assim não são mais
dois, mas uma só carne.”
E este sempre dirá:
__Bom é ser um com você!